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sábado, 14 de abril de 2018

Governo não explica como arsenal foi parar em presídio

O Governo do Estado segue se negando a informar como um forte armamento chegou às mãos dos detentos custodiados no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III), no Complexo de Santa Izabel, na última terça-feira, 10. Os presos usaram as armas para reagir à ação policial que tentava evitar o resgate dos detentos. No total, 22 pessoas morreram. Ontem, a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) se limitou a informar, em nota, que as investigações estão sob responsabilidade da Divisão de Homicídios e Divisão de Repressão e Combate ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil, e que nenhuma informação será divulgada durante a apuração do caso.
Ontem, a Folha de São Paulo publicou uma reportagem em que realizou um cruzamento feito entre a partir das análises das fichas cadastrais do sistema penitenciário e a lista de mortos em presídio da Grande Belém derruba parte e coloca em xeque outros pontos da versão oficial do Governo do Pará sobre a tentativa de fuga que terminou com 22 mortos na última terça.
O governo de Simão Jatene (PSDB) havia informado que: 1) presos que tentaram fugir contaram com a ajuda de criminosos do lado de fora do complexo, e as mortes se deram durante os confrontos; 2) entre os mortos, além de 16 presos e de um agente carcerário, havia cinco integrantes do grupo invasor do presídio. 
Na quinta (12), porém, a Folha teve acesso à lista desses cinco supostos invasores mortos e, ao cruzar com as fichas do sistema carcerário paraense, descobriu que todos eram na verdade presos - da unidade do semiaberto. As listas foram obtidas extraoficialmente pela reportagem. O governo paraense não havia divulgado os nomes dos mortos até então, sob a alegação de ainda estar ocorrendo a identificação de todos.
Na quarta (11), disse inclusive ter confirmado os nomes de três mortos integrantes do grupo invasor e que não faziam parte da massa carcerária. Confrontada pela reportagem, a gestão Jatene recuou e mudou de versão. Admitiu que todos os mortos são detentos do sistema prisional e afirma agora que houve uma falha na identificação do trio. O governo divulgou desde terça que um grupo de detentos iniciou um motim, enquanto criminosos do lado de fora tentavam uma invasão para resgatá-los da prisão - utilizando até explosivos. O confronto com detentos e com esse grupo externo, segundo a gestão estadual, resultou nos 22 mortos - um deles morreu anteontem.
Detentos usaram explosivos para "abrir" o muro do presídio.
O coronel André Luiz de Almeida e Cunha, secretário-adjunto da Secretaria de Segurança, disse que a versão de que havia um grupo do lado de fora do presídio ainda está mantida, apesar da confirmação dos cinco mortos que eram detentos.
“Sim, eles são internos. Mas isso não tira deles o rótulo de serem membros da equipe de apoio externo.” O Estado sustenta que essa equipe de apoio seria formada por criminosos armados que atiraram contra as guaritas dos policiais que tentavam evitar a fuga dos presos da unidade.
MORTOS EM "APOIO EXTERNO" ERAM DO SEMIABERTO
Esses cinco homens classificados inicialmente de forma equivocada pelo Estado foram mortos em um setor do complexo prisional chamado de colônia – e reservado a presos do regime semiaberto e de baixa periculosidade. As circunstâncias dessas mortes ainda são desconhecidas.
O próprio secretário admite que ainda não há provas da participação desses cinco no ataque. A advogada Ivanilda Pontes, do conselho estadual penitenciário, diz que funcionários da unidade afirmaram para ela que nenhum deles teve ligação com esse episódio.
Já os outros 16 morreram do lado externo dos muros da unidade, quando tentavam alcançar uma mata nos fundos da prisão. Com agentes como reféns, eles haviam chegado até ali após usarem explosivos para abrir buracos nas paredes do presídio e cortarem a cerca de alambrados.
O governo diz que esses 16 foram mortos pelos sentinelas das muralhas durante troca de tiros, já que teriam saído atirando contra os PMs.
Todos eles aparecem em vídeo gravado logo depois do fim da troca de tiros. Estão espalhados pelo gramado e vestidos com camisetas nas cores vermelha ou laranja, que fazem parte do uniforme.
Já a unidade do semiaberto, segundo a versão oficial, teria sido usada como uma das rotas dos criminosos invasores para atacar os sentinelas das unidades ao lado.
(Folhapress e Redação)


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