(Foto: Divulgação )
As instituições bancárias figuram entre as primeiras colocadas do ranking da Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). Para se ter uma ideia, os bancos são responsáveis por 671 reclamações de 9.713 recebidas nos 6 primeiros meses de 2016 pelo órgão. E, ao longo de todo o ano de 2015, os problemas envolvendo bancos somaram 1.647 atendimentos.
Especialista em direito do consumidor, o advogado Paulo Barradas orienta que os clientes devem ficar sempre atentos aos juros cobrados pelos bancos antes de contrair uma dívida. Esta seria a maneira mais eficaz para evitar que as cobranças alcancem um nível que a pessoa não pode mais arcar. “Quando o consumidor consegue fazer uma reserva e aplica em uma poupança, o rendimento é de cerca de 1% ao mês”, exemplifica. “Mas os juros dos cheques especiais e do cartão de crédito são muito altos, passam de 10% ao mês”.
Paulo Barradas destaca que algumas vezes as instituições bancárias podem usar de estratégias para atrair cada vez mais o consumidor. Para evitar isso, é necessário ficar atento a cada fatura, cada contrato e todos os juros que estão oferecendo. “Pode acontecer de a pessoa ter uma dívida que não pagou na data certa e o banco pressionar para que ele faça uma nova dívida para pagar a anterior”, alerta, ao orientar que o ideal é sempre negociar em cima do primeiro contrato. Nesses casos, o interesse da administradora é que o consumidor utilize cada vez mais o seu crédito, por isso é preciso atenção.
JUSTIÇA
Nos casos onde o consumidor não consegue chegar a um acordo com a instituição bancária ou em que a instituição não se interesse em negociar em bases razoáveis, o advogado lembra que resta ao consumidor procurar os órgãos de proteção. “Resta o Procon, a rede de proteção ao consumidor de forma geral e, entre ela, a justiça”, aponta. “A justiça pode ser recomendada nos casos muito particulares, em que se depende da análise da situação.”
DÍVIDA
No momento em que a situação financeira ficou mais complicada, o autônomo Ricardo Araújo, 26 anos, foi surpreendido pelo crescimento de uma dívida mantida com o banco Bradesco. Por ter ficado desempregado, ele não conseguiu quitar o débito de cerca de R$300. Passado alguns anos, o consumidor foi até a instituição bancária para tentar negociar, mas foi informado que o montante devido já estaria em R$5 mil. “Me ofereceram duas propostas: ou eu pagava R$1.900 à vista ou poderia parcelar a dívida com uma entrada de R$800 e mais 48 vezes de cerca de R$200”.
Trabalhando como autônomo, o consumidor aponta que não tem como arcar com o pagamento nas condições apresentadas pela instituição bancária e já não sabe de que forma solucionar o problema. “Nas condições que eles estão me dando, não consigo pagar”, aponta.
Confira o ranking das reclamações contra instituições bancárias em 2016:
1º. Banco Itaú: 152 reclamações
2º. Caixa Econômica Federal: 144 reclamações
3º. Banco Bradescard IBI: 98 reclamações
4º. Banco Bradesco: 80 reclamações
5º. Banco do Brasil: 58 reclamações
6º. Banco Santander (Brasil): 43 reclamações
7º. Banco BMG: 41 reclamações
8º. Itaú BMG Consignado: 31 reclamações
9º. Banco PAN: 24 reclamações
Fonte: Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon).
(Cintia Magno / Diário do Pará)
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