A maior e mais recente facção criminosa do Norte do país tem estatuto, hierarquia e até cadastro de membros com nomes, bairros e crimes aos quais se dedicam, informou o Extra. Depois do registro, o aliado recebe um número de identidade do grupo e tem que contribuir com uma caixinha mensal. O valor arrecadado é utilizado para investimentos como compra de armas e drogas. E, para expandir os negócios, os bandidos firmaram um acordo com a maior facção do Rio.
Os detalhes da atuação do bando estão no relatório da Operação La Muralla, desencadeada pela Delegacia de Repressão a Entorpecente (DRE) da Polícia Federal do Amazonas. O documento de 440 páginas, ao qual o Extra teve acesso, revela que a organização de mais de 20 mil filiados se formou dentro de presídios federais. Depois de uma temporada nas unidades, Gelson Lima Carnaúba, o G, e José Roberto Fernando Barbosa, o Z, retornaram a Manaus determinados a “se estruturarem como uma facção criminosa”, nos moldes das duas mais representativas do Brasil e que estão baseadas no Rio e em São Paulo. A facção tem um estatuto que define normas de conduta para os bandidos.
Foi dentro de uma dessas penitenciárias, a de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que G conheceu Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, entre 2010 e 2012. Lá, articularam uma ligação comercial entre os dois grupos. E, desde então, parte da droga que era comprada pelos bandidos do Norte na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, passou a ser vendida também para bandidos do Rio. Na última quarta-feira, Josias Cruz Barroso, o Mão Branca, foi preso num condomínio de luxo na Barra, acusado de ser o elo entre as duas quadrilhas.
O liberal
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