O Ministério da Saúde (MS) confirmou a relação entre o zika vírus e a síndrome de Guillain-Barré, uma doença rara que pode provocar fraqueza muscular e paralisia dos membros do corpo. O vírus já havia sido associado à incidência de microcefalia em bebês de vários estados do Brasil. Embora a notificação da síndrome não seja obrigatória, o ministério observou o aumento de diagnósticos em regiões onde também se constatou a presença do vírus, sobretudo no Nordeste, onde houve uma explosão de microcefalia, sendo esta patologia suspeita quando a circunferência do crânio do recém-nascido é igual ou menor do que 32 centímetros, em idade gestacional adequada.
O infectologista Nagib Ponteira Abdon, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) vinculado ao Núcleo de Medicina Tropical da instituição, explicou ontem que a correlação entre o zika vírus e a Guillain-Barré é que o primeiro desmiliza a membrana dos nervos periféricos da medula espinhal, paralisando os movimentos dos membros. Ele esclareceu que nem todos os pacientes com zika desenvolvem obrigatoriamente a síndrome ou a microcefalia. “O zika vírus está correlacionado à microcefalia e à síndrome, mas são poucas as pessoas atingidas”, reforçou. O motivo da baixa incidência até o momento não tem explicação plausível, disse ainda.
O liberal
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