O número de paraenses com câncer deve chegar a 9.200 este ano. Para 2017, a previsão é que esse número se repita, chegando a 18.400 novos casos no Estado neste biênio. Em média, serão 25 novos registros por dia ou mais de um diagnóstico da doença a cada hora, segundo as Estimativas do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca).
Segundo o estudo, serão 4.700 novos tumores malignos entre os homens do Pará até o fim de 2016, sendo os mais incidentes os de próstata (1.010), de estômago (460), de Pulmão (270) e de bexiga (250). Na população feminina estima-se 4.500 registros, com destaque para os cânceres de mama (850) e de colo do útero (830). Em taxas brutas de incidência estimadas, o estudo indica que, em cada grupo de 100 mil, 115,6 homens e 112,5 mulheres contrairão um tipo de câncer ainda neste ano.
Mais de um terço desses novos casos deverão ocorrer em moradores de Belém. Conforme o Inca, ao longo de 2016, serão 3.290 novas neoplasias identificadas na capital paraense, com o número de novos casos entre as mulheres superior ao dos homens: 1.750 contra 1.540. A taxa de incidência também se inverte em relação ao índice estadual.
Pela estimativa do Inca, 224,1 mulheres belenenses, em cada grupo de 100 mil, contrairão um tipo de câncer. Entre os homens, serão 115,6 a cada 100 mil. Os cânceres mais comuns na população feminina de Belém nesse ano, serão o de mama, com 410 registros; e o de colo do útero, com 260. Os homens devem registrar 340 casos de câncer de próstata e 160 de estômago.
Na comparação com as estimativas dos últimos dois anos, o levantamento aponta um acréscimo de 6,6% na incidência de novos casos no Estado. No biênio passado (2014-2015), o Inca estimou 17.260 registros - 8.630 em cada ano. Em Belém, a previsão passou de 6.420 novos casos para 6.580 nestes próximos dois anos - uma alta de 2,5%. Na avaliação do Inca, essa evolução está associada ao crescimento do consumo de alimentos processados e ultrapocessados e a inatividade física da população.
“Estão cada vez mais fortes as evidências científicas que associam a epidemia de obesidade a vários tipos de câncer. E as Estimativas 2016-2017, apontam que os três tipos de câncer responsáveis pela maior parte dos novos casos da doença (excluindo o de pele não melanoma) são fortemente relacionados ao excesso de peso e à obesidade: próstata, mama e cólon e reto (conhecido como câncer de intestino). Além desses três tipos principais, há evidências fortes da relação entre o excesso de peso/obesidade com os cânceres de esôfago, pâncreas, endométrio (corpo do útero), ovário, rim e vesícula biliar”, explicou o diretor-geral do Inca, Luis Fernando Bouzas.
A nutricionista oncológica do Inca, Maria Eduarda Melo, alertou para o fato da população brasileira estar abandonando gradualmente os alimentos in natura e os substituindo pelos processados, ultraprocessados e hiperpalatáveis, que são prontos para comer e hipercalóricos mesmo em pequenas quantidades. “O aumento da venda desses produtos cresce 2% ao ano”, disse ela, o que representa hoje cerca de 30% do consumo de alimentos dos brasileiros. Há evidências claras, garantiu, do impacto desses alimentos na obesidade infantil e na vida adulta.
O liberal
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