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domingo, 24 de abril de 2016

Pesquisa afirma: ficar sentado pode te matar

(Foto: Alzyr Quaresma/Arquivo)

Até 4% das mortes no mundo poderiam ser evitadas apenas reduzindo o tempo que as pessoas permanecem sentadas ao longo do dia. Isso representa 433 mil pessoas por ano. Os dados são de um estudo realizado por pesquisadores da USP e da Universidade Federal de Pelotas. Os pesquisadores publicaram um artigo sobre o tema no American Journal of Preventive Medicine. E o jornal americano The New York Times divulgou uma matéria sobre o tema no último dia 29 de março.

A grande questão é: por que permanecer muito tempo sentado eleva o risco de morte? “Ficar muito tempo sentado diminui a expressão de óxido nítrico do organismo (relacionado com algumas funções celulares e ao aumento do estresse oxidativo)”, explica o educador físico Leandro Fórnias Machado de Rezende, da Faculdade de Medicina (FMUSP). Isso leva ao aumento do risco de alterações cardiovasculares. 

Ocorre também a diminuição da ativação de uma enzima, a lipase lipoproteica, que é importante no metabolismo oxidativo, no controle de triglicérides, colesterol e outros fatores de risco metabólicos.Para fazer o estudo, os pesquisadores precisavam de dois dados: o tempo médio mundial de permanência nessa posição e o aumento do risco de morte associado a esse tempo. O tempo médio de permanência sentado foi obtido a partir da análise de artigos publicados em revistas científicas internacionais de 54 países. 

Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem um inquérito chamado WHO Steps, com informações sobre 94 países. Os pesquisadores também fizeram buscas em bases para identificação de dados que, por ventura, não foram identificados nas fontes citadas acima. Quando algum país estava em mais de uma publicação, a estratégia foi utilizar o dado mais recente. Foram contemplados todos os continentes, alguns com mais países outros com menos, e a única exceção foi a África, pois não encontraram material.

ESTRATÉGIAS

Mas o educador físico é realista quanto à dificuldade de se reduzir o tempo que as pessoas permanecem sentadas. Principalmente nas grandes cidades, onde é comum encontrar quem gaste muito mais de três horas diárias apenas no percurso entre a casa e o trabalho (sem contar o tempo de expediente). “Sempre que possível, as pessoas poderiam adotar algumas estratégias como ficar de pé, ir buscar água ou café”, sugere. 

Ele lembra também que já existem no mercado mesas de trabalho que permitem o controle de altura e possibilitam trabalhar em pé. Para o pesquisador, as questões ambientais e sociais também devem ser levadas em conta. Ele diz ainda que o ambiente precisa ser convidativo. “Uma calçada e uma ciclovia bem feitas, por exemplo, auxiliam na adoção de modos de vida mais ativos e saudáveis”, completa.

RELAÇÃO TEMPO SENTADO X MORTE

Para os dados ligados ao aumento do risco associado ao tempo sentado, os pesquisadores utilizaram uma análise publicada na Revista Científica PLoS ONE: 

- Ficar sentado 4 horas/dia, aumenta o risco de morte em 2%; 
- 5 horas/dia - 4%; 
- 6 horas/dia - 6%; 
- 7 horas/dia - 8%. 
- 8 horas/dia - 13%; 
- 9 horas/dia - 18%.

(Agência USP)

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