(Foto: Ricardo Amanajás/Arquivo)
Notícias com idosos sendo vítimas de fraudes são comuns na mídia. Os golpes são feitos de várias formas: por celular, telefone fixo, internet e até pessoalmente. Conforme a presidente da Comissão de Defesa do Direito da Pessoa Idosa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA), Letícia Bittar, os mais velhos são alvos fáceis não só pela idade avançada como também por não terem o reflexo de um jovem. “A fragilidade e a vulnerabilidade fazem com que os criminosos se aproximem e ganhem a confiança deles. Assim, aplicam o golpe”, explicou.
Para Letícia, os crimes contra a terceira idade mais frequentes são fraudes bancárias, os empréstimos consignáveis e a famosa saidinha de banco (quando a pessoa é surpreendida pelos criminosos na porta da instituição ou em caixas). A representante da OAB acredita que a falta de afinidade com as transações e com os caixas eletrônicos seja o ponto fraco. “Geralmente, quando estão sem acompanhantes, eles pedem ajuda. É nessa hora que os criminosos se aproveitam”, ressaltou.
CARTÃO CLONADO
O aposentado Raimundo Magalhães, de 75 anos, realiza as transações bancárias sem auxílio da família. Apesar de já ter sido vítima de um golpe há 4 anos, ele diz não temer os criminosos, já que anda sempre alerta. Enquanto estava na fila de um caixa eletrônico, seu cartão de crédito foi clonado, e o criminoso levou a quantia de R$12 mil da conta corrente do aposentado.
“O cartão ficou preso na máquina. Eles colocaram uma espécie de chapa para copiar”, lembrou. Dias após o fato, seu Raimundo foi até o banco e viu que tinha algo errado no seu extrato. “Estava faltando dinheiro”, comentou. Ele foi até a agência bancária e procurou a polícia. Ninguém foi preso, mas a instituição financeira devolveu a quantia que foi levada. “Tive transtornos, mas foi resolvido. Agora fico esperto e vejo sempre quem está atrás na fila”, confessou.
Aos 72 anos, o aposentado Hermenegiu Dantas vai aos bancos, caixas eletrônicos e lotéricas sem acompanhantes. Para ele, tomar frente do dinheiro faz com que se sinta vivo. “Faço as minhas coisas sem depender dos outros. Isso é bom”, diz. Mas seu Manuel já foi vítima de tentativa de golpe. “Não sei como pegaram os meus dados. Ligaram para minha casa e me ofereceram uma promoção que eu ganharia R$100 mil”, relembrou.
Crime dá até 10 anos de prisão
Para punir com mais severidade os criminosos, o artigo 171 da lei 13.228 do Código Penal foi alterado.Quem comete fraudes contra os idosos tem a pena dobrada. “O Código Penal sofreu alteração com 5 a 10 anos de reclusão para quem praticar golpes contra a terceira idade”, enfatiza Leticia Bittar. No Brasil, a justiça entende como idoso homens e mulheres a partir dos 60 anos.
COMPANHIA
Para não cair em ciladas, a especialista alerta que a família ou uma pessoa de confiança sempre acompanhe o idoso quando for receber ou pagar contas. Outra dica importante é não passar dados por telefone. A polícia e os bancos devem ter conhecimento de toda e qualquer fraude. “Notou algo estranho? Informe as autoridades policiais. Vá ao banco”, orienta Letícia.
(Roberta Paraense/Diário do Pará)
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