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quinta-feira, 30 de março de 2017

FEBRE AMARELA MATA MAIS DOIS NO PARÁ. ESTADO ESTÁ EM ALERTA

Mais duas mortes por febre amarela foram confirmadas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Estado (Sespa) ontem (28). Segundo a Sespa, trata-se de dois pacientes, um menino de 10 anos e um jovem de 23, que estavam internados no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém. Os casos estavam sendo acompanhados pelo Instituto Evandro Chagas (IEC).

Segundo a Sespa, quatro pessoas morreram em decorrência da febre amarela no Pará. Um garoto de 11 anos, que residia no município de Alenquer e estava internado no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), um rapaz de 27 anos que morava em Monte Alegre, que já estava sendo investigado cerca de um mês pelo Instituto Evandro Chagas e agora mais esses dois casos.

A Sespa informa que já recebeu do Ministério da Saúde cerca de 4 mil doses de vacina contra a febre amarela para o município de Curuá, na região oeste do Estado, como parte do plano emergencial de combate à doença, que vem sendo executado pela Governo do Estado. Na segunda-feira (27), as equipes de agentes de saúde do município estiveram nas localidades Açaizinho, Maloca e Fartura para aplicar a vacina.

Enquanto o trabalho de imunização era feito, um macaco encontrado morto na zona rural foi recolhido para coleta do material, que será enviado ao Instituto Evandro Chagas, em Belém, para identificar se a morte foi causada por febre amarela.

A Sespa recolheu relatos de pelo menos cinco mortes de macacos na zona rural de Curuá, mas nenhum, até agora, foi confirmado com febre amarela. A suspeita, porém, é suficiente para colocar o município na rota do plano de emergência, explicou nesta segunda-feira o médico veterinário Roberto Brito, do Departamento de Controle de Zoonoses da Sespa, durante palestra para os agentes comunitários de saúde, médicos, enfermeiros e técnicos da cidade. “É importante que as mortes dos primatas sejam comunicadas tão logo os cadáveres sejam achados”, reforçou Roberto Brito.

Cidade cercada por regiões de várzea, Curuá tem cerca de metade da população (estimada em 13.783 pelo IBGE em 2016) morando em áreas de floresta, com acesso difícil e demorado. A algumas localidades só se chega de barco. Os trabalhos no município tem recebido o apoio da Prefeitura.

Profissionais de saúde do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar chegaram a Curuá no último domingo (26) para ajudar na vacinação, com o objetivo de atender todos os moradores da zona rural, inclusive as comunidades desprovidas de postos de saúde e escolas.

Alerta

O plano emergencial contra a febre amarela no oeste do Pará prossegue durante esta semana nos municípios de Rurópolis, Óbidos, Oriximiná, Curuá, Alenquer e Monte Alegre, localizados na área endêmica, onde foram registradas mortes de macacos neste ano.

Faz parte desse plano a cessão de um helicóptero do Estado e de um avião do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) para atender eventuais chamadas e urgências. O objetivo é garantir a vacina para as comunidades da zona rural, a fim de combater a febre amarela silvestre, transmitida pelo mosquito Aedes aegipty, o mesmo transmissor da dengue, zika e febre chikungunya.

Além da vacinação, as equipes orientam a população sobre a necessidade de combater o mosquito. Os cuidados são os mesmos tomados na zona urbana, como evitar o acúmulo de água parada. Nas áreas de floresta, no entanto, o desafio é ainda maior. Por isso, além de orientar moradores, os agentes de saúde da Sespa reforçam a preparação dos profissionais dos municípios para enfrentar o problema.

Fonte: ORM

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