Segundo a funcionária, vândalos entraram na escola Felipe Bettendorf com pedras para ‘pegar’ um aluno que estava em aula, na tarde desta terça-feira (27).
A precária segurança nas escolas de Santarém, oeste do Pará, tem transformado o espaço que deveria ser de tranquilidade em local de terror. O caso mais recente aconteceu na tarde desta terça-feira (27), na Escola Municipal Padre João Felipe Bettendorf, localizada no bairro do Maracanã, que foi invadida por vândalos que queriam agredir um aluno.
Uma professora não identificada gravou um áudio em um aplicativo de mensagens relatando, aparentemente ainda aterrorizada com a situação, que vândalos entraram na escola com pedras para ‘pegar’ um aluno do 7º ano. “Uma professora quase morre dentro da sala passando mal ao ver a situação. Estou aqui com mais de mil crianças”, disse a professora.
No áudio, a professora ainda chama a atenção do Ministério Público e da Secretaria Municipal de Educação (Semed), onde sugere que os servidores deem aula por um dia, para ver o cenário vulnerável. “Pais reclamando, crianças chorando. Poxa vida. Não dá mais para aguentar essa insegurança, os órgãos competentes têm que tomar alguma providência”, disse a professora.
A diretora da escola, Cristina Barreto, disse em entrevista ao G1 que situações como essa têm constantes. “É sempre por volta das 15h30, que é o horário da merenda das crianças do turno da tarde. Hoje, o alvo foi um aluno específico, mas outras vezes esses vândalos pegam mochilas de alunos, roubam a merenda, ameaçando todos com facas. É terrível”, revelou a diretora.
A polícia está sendo a única parceira para tentar resolver o problema da segurança na escola, segundo a gestora. E quando os policiais chegam no local os vândalos se evadem. O aluno que os vândalos procuravam estava, no momento da ação, em outra sala de aula. A polícia acompanhou o aluno até a sua residência e entregou para a família.
Mais alunos, menos funcionários
Ainda segundo a diretora da escola municipal Felipe Bettendorf, o número de alunos aumentou para 1.158 em 2018. Em contrapartida, o quadro de funcionários diminuiu. “Já enviamos uma solicitação para a Semed pedindo a contratação de um porteiro com urgência, mas eles informam que por enquanto não há dinheiro para contratar. Os vândalos se juntam com os próprios alunos para entrar nas dependências da instituição, e com o porteiro isso não acontecia”, completou.
A equipe de apoio também diminuiu de sete para cinco onde, segundo a diretora, o suporte era primordial.
O G1 solicitou para a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informações sobre a situação e os planos para solucionar a falta de segurança nas instituições de ensino, e aguarda retorno.
Outros casos
No início de 2018, a escola estadual Wilson Fonseca, localizada no bairro Nova República também foi vítima de ação de vândalos, mas daquela vez foi um caso de roubo. O suspeito chegou atirando em janelas de vidro, e o vigilante de plantão ao tentar se esconder no banheiro foi atingido.
G1 Santarém.
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