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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

MOVIMENTO CONTRA A CELPA CRESCE EM TODO O ESTADO


População está revoltada com a Celpa por causa dos altos preços cobrados na conta de luz

Consumidores de pelo menos quatro municípios paraenses fizeram nesta quarta-feira (14), manifestações contra a Celpa, empresa concessionária de energia elétrica no Pará. Os protestos ocorrem em regiões diferentes do Estado, mas com um sentimento comum entre toda a população: insatisfação. O motivo da revolta popular são as cobranças dos valores exorbitantes nas contas de luz do paraense. Além disso, os clientes se queixam do péssimo serviço oferecido pela empresa e suas terceirizadas, sobretudo quando o consumidor atrasa o dia de pagamento e tem a energia de seu imóvel suspensa imediatamente. Além disso, quando ocorrem as oscilações e quedas no fornecimento de energia, os moradores são penalizados sem que eles sejam ressarcidos dos prejuízos provocados pela falta de luz abrupta. Os motivos para tanta reclamação não faltam e a cada dia que passa, as queixas contra a Celpa apenas se avolumam junto aos órgãos de proteção de defesa do consumidor.

A concessionária de energia elétrica é disparada a empresa mais denunciada no Procon. Aqui em Santarém, o cenário não é diferente da maioria das cidades paraenses. As manifestações ganharam forças nos últimos dias, sobretudo com as mobilizações partindo dos consumidores nas redes sociais. Os relatos mostram pessoas que tiveram o valor da conta de luz mais que triplicada sem que o aumento tenha uma explicação aceitável e plausível. É o caso da senhora Maria das Graças de Souza, moradora do bairro Prainha, que até o mês de junho pagava em torno de R$ 170 a 185 pelo consumo mensal. Nos últimos quatro meses, a conta dela subiu para absurdos R$ 400,00. Ela conta que não adquiriu nenhum eletrodoméstico novo e não tem equipamentos que consumam tanta energia no mês. “Tenho um televisor, dois ventiladores, que são ligados apenas à noite, um ferro de passar que uso somente quando tem muita roupa pra passar, uma máquina de lavar e a geladeira. A gente faz um esforço sagrado para não consumir além da nossa necessidade e nem desperdiçar energia, porque a conta está vindo muito cara. Não entendo como a minha conta subiu tanto nestes últimos meses”, disse a mulher inconformada.

Assim como ela, há muitos outros consumidores em situação semelhante.

Esta semana, aqui em Santarém, a população foi às ruas protestar contra a Celpa. Na Câmara de Vereadores, os parlamentares aprovaram a realização de uma audiência pública para o dia 29 deste mês, quando espera-se que a empresa esclareça, entre outras coisas, a diferença dos valores por unidade de consumo entre o Pará e outros estados, como, por exemplo, São Paulo e Amazonas. Apesar de o Pará ser um dos estados produtor de energia elétrica, a população paga uma das tarifas mais caras do país.

Nesta manhã (14), foi realizada uma reunião entre os parlamentares e representantes da Celpa, uma espécie de preparação para a audiência que ocorrerá no fim deste mês, no próprio Poder Legislativo. Os executivos da empresa ouviram atentamente as reclamações dos vereadores e também de algumas lideranças comunitárias presentes na reunião. O presidente da Associação de Moradores do bairro Matinha, Aldomiro Souza da Silva, falou que no seu bairro, alguns moradores pagavam 200 reais e agora está pagando 600 reais, até mil reais. A Celpa por sua vez afirma que um dos motivos do aumento da tarifa cobrada são as perdas de energia, ocasionadas pelas ligações clandestinas.

Além dessa justificativa, a empresa apresentou outras, esclarecendo, principalmente, a parte que cabe diretamente à concessionária sobre a tarifação ao consumidor. Foi o que explicou a executiva de Relações com o Cliente, Sulamita Pereira, que ainda fez um balanço do compromisso junto ao Poder Legislativo. “A reunião foi importante para a gente conseguir entender ainda mais quais são os principais pontos de reclamação. A gente conseguiu trazer uma explicação da composição de nossa tarifa. A gente ressalta o nosso compromisso de entender caso a caso, e se houver alguma divergência, deveremos fazer a correção”, salienta.

A representante da Celpa enfatizou também sobre a questão dos impostos que são cobrados junto com o consumo de energia. Sulamita ressaltou que o ICMS do Estado é alto, em 25%, e que “[a mobilização] vai ser muito importante no sentido de evoluir e trazer uma resolução para o povo paraense”.

O presidente da Câmara, vereador Antonio Rocha ponderou a respeito das perdas. Para ele, a Celpa “precisa fazer os investimentos para baratear o custo de quem paga”.

Para a audiência pública foram convidados representantes de diversas instituições como Aneel, MPF, MP, Alepa, Procon, OAB, Prefeitura de Santarém, deputados federais eleitos, além da sociedade civil organizada.

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