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domingo, 31 de janeiro de 2016

Marituba: Pais querem que matador de garoto cumpra pena

Na casa, o silêncio deixado por uma criança. Os pais de Arthur Moraes Sousa, de 11 anos, ainda não estão preparados para perdoar Michael Kildere Machado da Silva, de 25 anos, assassino confesso do menino. Apesar da dor interminável, o alívio de ver o criminoso preso e as forças para seguir em frente são agarradas no seio religioso.

Michael morava na rua João Batista, bairro Almir Gabriel, município de Marituba, local próximo da residência de Arthur. De acordo com Edivan da Silva Sousa, pai da vítima, conhecia Michael “de vista” e que ele prestava favores aos moradores apanhando açaí. Por isso, não foi capaz de imaginar que ele pudesse cometer tanta crueldade contra Arthur. “Era um rapaz que não apresentava nenhuma maldade, aparentemente. Ele não demonstrava ser ruim”, declarou Edivan.

Ele contou ainda que Michael conseguiu ter a frieza de ajudar vizinhos e parentes nas buscas pelo menino, que esteve desaparecido por 3 dias, até ter o corpo encontrado na manhã de terça-feira, já em estágio avançado de putrefação, em uma mata de propriedade de um cemitério particular. O local fica apenas a alguns metros da casa onde a criança morava.

Michael foi preso na quinta (28) em casa e confessou, friamente, que estuprou o menino no meio da mata, depois de convidá-lo a empinar pipa. Com receio que Arthur o denunciasse, desferiu três facadas no peito da criança e uma na costa. Com a prisão dele, os pais conseguem se sentir um pouco mais aliviados, a esperança, agora, é que ele cumpra toda a pena.

“Desde quando ele sumiu, ficamos sem dormir. Antes de acharem o Arthur, eu dobrei os meus joelhos e falei ‘Senhor, tenho esperança de encontrar meu filho, mas não quero vê-lo morto, comido por urubus, perdido por aí. E quando ele foi achado, eu dei graças a Deus. Ele teve um enterro digno”, disse emocionado.

Depois de ter passado por toda a essa dor, ele refletiu na importância da boa relação entre pais e filhos. “Pais, tenham cuidado com os filhos de vocês, digam a eles que vocês os amam. Eu me sinto triste, mas sei que ele está com Deus agora. Eu queria vê-lo crescer, se formar, mas temos um tempo determinado na Terra e o tempo do Arthur foi de 11 anos”, continuou.

Sobre o assassino do filho, ele espera que um dia possa ser perdoado na justiça divina. “O que posso dizer é que espero que ele alcance a misericórdia de Deus, porque o que ele fez foi muito bárbaro e não pode ser explicado”. Mas, eles, enquanto pais, o perdão ainda não será possível. “Me perguntaram na igreja se eu o perdoaria. Não, hoje, eu não consigo perdoar. Toda hora fico pensando na dor que meu filho sentiu. Passa um filme na minha cabeça”, contou Luzia Campos de Moraes, mãe de Arthur.

RECONHECIDO

A mata fica nos fundos do cemitério e é separada por um muro. De acordo com informações dos pais, depois de cometer o crime, Michael teria pulado da mata para o cemitério completamente sujo de sangue e lama, sendo visto por um funcionário. Ele foi reconhecido e preso na própria residência. Ele foi conduzido para a Divisão de Homicídios onde foi autuado por homicídio qualificado e estupro de vulnerável. Em depoimento ele confessou que viu o garoto pular o muro para pegar uma pipa, chamou por ele e a criança aceitou ir. O motivo para o crime, segundo ele, era que estava drogado.

(Emily Beckman/Diário do Pará)

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