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domingo, 3 de janeiro de 2016

Traumatologistas defendem uso seguro da bicicleta Número de acidentes aumentou 4,5% em relação a 2014, aponta a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia

Andar de bicicleta é uma atividade que ganha cada vez mais adeptos em Belém, na esteira de uma tendência que se consolida em outras cidades brasileiras. Mas também na área metropolitana da capital paraense cresce a quantidade de ciclistas acidentados.

De acordo com levantamento feito pelo Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, localizado em Ananindeua, de janeiro a novembro de 2015 houve  aumento de 4,5% em relação a 2014 na quantidade de pacientes que deram entrada nesta unidade hospitalar, a partir de acidentes de trânsito com bicicletas. Em 2014, foram 374 pacientes atendidos; no ano passado, 391.

Milhares de ciclistas circularm na Região Metropolitana de Belém. Logo cedo, trabalhadores se deslocam pela Rodovia BR-316 e pela Avenida Almirante Barroso -- eixo principal de entrada e saída de Belém --, pela Avenida Augusto Montenegro e por outros corredores de tráfego, valendo-se de suas bicicletas para chegar aos locais de trabalho. Com ou sem ciclofaixas ou ciclovias, operários, comerciários e outros profissionais - e mesmo grupos de ciclistas que usam a bicicleta  como prática esportiva - circulam diariamente e em horários diferentes pela Grande Belém.

E não faltam relatos de situações de risco para esses condutores de veículos. Paro o operário da construção civil Lucivaldo dos Santos Modesto, de 49 anos, um dos principais problemas é a imprudência de alguns ciclistas, que disputam com os carros a pista e não se mantêm na ciclofaixa. “Os carros também não respeitam a ciclofaixa e não diminuem a marcha se o ciclista está fazendo alguma manobra na frente deles na pista”, disse.

“Eu pedalo por 30 minutos todos os dias pra ir pro trabalho e mais 30 pra voltar pra casa, da Marambaia até a Pedreira. Há uns cinco meses, de madrugada, eu fui passar na faixa da Tavares Bastos com a Almirante Barroso, carregando a bicicleta, quando um ônibus veio em alta velocidade. Eu tirei o corpo e a bicicleta e ele passou por cima da minha sandália. Outra vez, na Augusto Montenegro, eu seguia pela ciclofaixa e tive que subir no canteiro central pra escapar de um ônibus que entrou na ciclofaixa”, contou Lucivaldo.

Há um ano, Ricardo Leal inovou na venda de pizza: além da loja em Ananindeua ele passou a comercializar o produto em uma bicicleta com a qual circula por vários bairros de Belém. “Eu passo cinco horas na bicicleta, todos os dias. A venda é boa, mas é perigoso trabalhar assim. Os carros não respeitam acostamento, ciclofaixa. Um carro me derrubou com esta bicicleta e tudo, perto do Castanheira”, relatou. Na sexta-feira à tarde, a reportagem de O LIBERAL registrou na avenida Almirante Barroso um homem transportando dois meninos na bicicleta, sem qualquer tipo de proteção, indicando a complexidade desse tipo de transporte no perímetro urbano.

Diante do uso contínuo de bicicletas por cidadãos de várias faixas etárias e da falta de respeito às regras de trânsito, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) acaba de lançar a campanha Bicicleta Segura em todo o País. Segundo a entidade, na última pesquisa do Detran, realizada em 2012, ficou constatado que houve 1.450 colisões com bicicletas em todo o Estado do Pará. Belém registrou o maior número, com 593 acidentes, seguida de Ananindeua, com 210, Castanhal, com 67, e Santarém, com 47.

Na campanha é destacada a importância da segurança dos ciclistas no trânsito, incluindo a utilização de capacetes, cotoveleiras e joelheiras e a necessidade de se respeitar leis e regulamentos, como sinalizar ao mudar de direção, não andar na contramão e não utilizar calçadas. A iniciativa da SBOT almeja conscientizar a população sobre a valorização da vida com um trânsito mais humano.
O liberal

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