A Polícia Militar foi acionada pelo Centro Integrado de Operações (Ciop, 190) e o corpo de Jango já estava boiando. A maré cheia e a correnteza o estavam empurrando e moradores se arriscaram para tentar colocar tábuas e pedaços de pau para manter o corpo parado até a chegada dos bombeiros, no perímetro entre as avenidas Roberto Camelier e a Bernardo Sayão. Estava com o rosto virado para baixo, mas os parentes já o haviam reconhecido pelas roupas e pelo porte físico.
O Corpo de Bombeiros Militares teve de usar cordas, uma prancha e a força de cinco homens para conseguir retirar Jango da água. O corpo estava enrijecido e assim que saiu do canal chocou sobrinhas e outros familiares. “Ele estava desparecido há quase dois dias. É ele mesmo. Mas era muito conhecido e realmente costumava beber por aqui. Ninguém sabia de qualquer briga dele ou inimigo”, disse uma sobrinha, que terá a identidade preservada.
Na nuca, havia um ferimento e sangue, que pode ter sido causado por um golpe - o que caracterizaria um homicídio, com o corpo sendo jogado no canal para ocultar - ou então ele passou mal, caiu no canal e se feriu na queda. Somente um exame necroscópico no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves poderá esclarecer.
No local, ninguém sabia dar qualquer informação sobre o que poderia ter acontecido que não fosse pura especulação. Várias pessoas se debruçavam sobre o parapeito do canal e até se arriscavam por entre vigas sobre a água para ver o resgate do corpo de Jango, mesmo sob o sol forte do meio-dia. Várias crianças também ficaram expostas. “Não tem nada pra fazer por aqui. Um negócio desse é uma diversão, por mais que a gente saiba que uma pessoa morreu”, disse um senhor que não quis se identificar, mas revelando a ausência de lazer da comunidade.
O liberal
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