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sábado, 9 de abril de 2016

Belém: Jovem é morta com 15 tiros no Jurunas

(Foto: Wagner Almeida/Diário do Pará)

A jovem Eliane Lobato dos Santos, de 19 anos, foi friamente assassinada com 15 tiros de pistola calibre ponto 40, de uso restrito, na frente de várias testemunhas, no final da noite da última quinta-feira (7), na esquina da travessa Monte Alegre com a avenida Fernando Guilhon, bairro do Jurunas, em Belém. Os motivos e os suspeitos de participação no homicídio ainda serão investigados.

Dois homens ainda desconhecidos, que estavam em uma motocicleta de cor branca de modelo e placa não revelados, teriam sido os autores do crime. A vítima caminhava pelo trecho, quando foi abordada e morta pela dupla. Uma segunda pessoa, que estaria com a vítima no momento do assassinato, teria sido baleada em uma das pernas, mas não teve a identidade divulgada e nem foi localizada pela reportagem.

De acordo com informações do delegado Fernando Bezerra, da Divisão de Homicídios (DH), policiais do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que estavam em ronda, teriam visto o momento do crime e os policiais na viatura ainda chegaram a perseguir os criminosos, mas não conseguiram detê-los.

“Nós recebemos poucas informações sobre o crime. Até mesmo os familiares não cooperaram. Só disseram que desconhecem o motivo e que ela não seria envolvida com a criminalidade. Uma viatura ainda perseguiu os assassinos, mas eles conseguiram fugir na moto. Segundo um dos policiais, ainda houve troca de tiros e um dos suspeitos ainda teria sido baleado”, disse. 

Os policiais militares que atenderam a ocorrência não quiseram falar com a reportagem sobre o caso. O cenário do crime foi isolado por eles, para que qualquer evidência do assassinato pudesse ser preservada. Dezenas de curiosos aglomeraram-se atrás da fita zebrada, curiosos que incluíam crianças e pessoas que desciam de vans de transporte alternativos, veículos particulares, apenas para observar o corpo. 

Uma equipe de peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves foi acionada e todo o local foi analisado. Durante o levantamento, mesmo sendo prejudicado com uma chuva que durou quase cinco minutos, foram encontradas duas cápsulas de pistola ponto 40 e dois fragmentos de projéteis de mesmo calibre. Os materiais colhidos foram levados para serem examinados. 

“Nós contamos cerca de vinte e uma lesões entre entradas e saídas de tiros. Do total, pelo menos quinze foram entradas, que atingiram as regiões das pernas, costas, glúteos e os braços”, explicou o perito Nazareno Melo. O corpo de Eliane dos Santos foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) e o caso será investigado pela Delegacia de Polícia do Jurunas, que deverá instaurar um inquérito policial para descobrir quem foram os autores e o motivo do homicídio. 

INSEGURANÇA

A mancha de sangue de Eliane Lobato dos Santos, de 19 anos, ainda estava marcado no asfalto da travessa Monte Alegre, esquina com a avenida Fernando Guilhon, no bairro do Jurunas, onde ela foi assassinada com 15 tiros na noite de anteontem. A parede do comércio onde a mulher caiu morta, também exibia perfurações em consequência dos disparos. Mais do que isso, essas marcas indicam o alto nível de insegurança vivido por aquele bairro.

A situação amedronta os moradores do Jurunas, que preferem o silêncio e se esconderem atrás das grades de suas casas e comércios, mas as ocorrências de crimes dispensam qualquer depoimento, já que eles têm acontecido com frequência no bairro. Mas, quem se arrisca a falar confirma a situação e prefere não se identificar com medo de ser mais uma vítima. “O ditado popular é verdadeiro, nós que somos os presos em nossas próprias casas por causa da violência”, disse uma dona de casa, por detrás das grades.

Ainda segundo os moradores, a violência altera os costumes do bairro e até o nome das ruas. A travessa Monte Alegre, por exemplo, local da morte de Eliane, os populares se permitem fazer o trocadilho irônico daquele logradouro para “Morte Alegre”. “Essa travessa tem sido palco de muita ocorrência. Nela acontece morte, assalto, tráfico e tudo que é de ruim. Por isso, que a gente até brinca com a situação e muda o nome da rua”, disse Miguel Santos, 46 anos, pedreiro.

Para os moradores do Jurunas, a violência vivida pelo bairro se deve ao intenso tráfico de drogas, ao que eles apontam como o principal fator para as demais situações de crime. “O bairro do Jurunas é tomado por grupos que disputam pontos de droga, principalmente nas partes mais periféricas. É a partir do tráfico que quem se envolve nele morre, mata, assalta e comete outros tipos de crime, seja para pagar ou vender drogas”, opinou o comerciante Jackson Nunes, 38 anos.

Em relação a isso, a polícia até se faz presente nas ruas do bairro do Jurunas, segundo os moradores, mas não inibe a ação dos bandidos, já que a insegurança aumenta cada vez mais e cresce o medo da população. “Vemos a Polícia Militar (PM) fazer rondas sim, mas não tem surtido efeito. Andamos assustados na rua, na feira, nas escolas, até em postos de saúde, já que podemos ser vítimas a qualquer momento dos bandidos”, concluiu Messias Silva, 27 anos, entregador. 

(Fabrício Nunes e Alexandre Nascimento/Diário do Pará)

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