(Foto: Mário Quadros)
Com o assassinato do soldado Marcivado Vieira Soares, 53, ontem, em Belém, subiu para 14 o número de policiais militares mortos este ano, no Pará. A vítima mais recente estava em um bar, localizado na passagem Seis de Setembro, na Terra Firme, quando foi abordada por dois homens que a alvejaram diversos tiros. Todos atingiram a cabeça e o pescoço do soldado, que não teve chances de defesa, segundo a perícia criminal.
De acordo com a Polícia Militar do Pará, o número de policiais mortos, somente este ano, já corresponde a mais da metade do índice registrado no ano passado, quando 26 servidores morreram de forma violenta.
Mistério
Com relação ao homicídio do soldado Vieira, as informações obtidas no local do crime foram escassas. O Major Sérgio Neves, do 20º Batalhão de Policiamento Militar, ressaltou que prevaleceu a lei do silêncio entre os moradores da área.
As testemunhas relataram que era por volta das 13h quando o policial estava num bar na companhia do cunhado e da companheira, que não tiveram os nomes divulgados, e dois homens se aproximaram. Os suspeitos pediram para que o cunhado e a companheira se afastassem. Então, sacaram a arma e efetuaram os disparos.
Da mesma forma que os suspeitos chegaram, a pé, ao local do crime, eles saíram. Não se preocuparam se seriam reconhecidos pelos moradores e vizinhos.
O perito criminal Ivanildo Rodrigues contou quatro perfurações no pescoço e na cabeça do policial. Ele destacou, ainda, que um único ferimento recebeu de dois a três tiros. “O laudo da necropsia, que será feita pelo IML, vai apontar qual o calibre da arma usada e quantos tiros de fato atingiram a vítima”, explica.
Para a perícia, pela dinâmica de como a ação violante aconteceu, não restam dúvidas de que o crime foi uma execução. Além disso, os peritos não encontraram nenhum estojo de munição ou cápsulas de balas no local do crime.
A perícia ainda analisou o carro do policial que estava estacionado em frente ao bar, mas não encontrou nenhum indício ou vestígio que pudesse ajudar na elucidação do caso. O corpo do soldado foi removido para o Instituto Médico Legal.
A Polícia Civil ainda não descarta nenhuma hipótese que possa nortear as investigações sobre a morte do soldado Marcivaldo Vieira. Existe, inclusive, a possibilidade de o crime ter motivação passional, mas isto ainda será apurado.
Segurança da UFPA atira em policial militar
O policial militar Felipe Pinheiro das Neves, que cursa Direito na Universidade Federal do Pará (UFPA), foi ferido por arma de fogo, ontem, dentro do campus Guamá, em Belém. O tiro foi disparado por um vigilante da empresa terceirizada (C&S Segurança) que presta serviços para a instituição.Felipe estava nitidamente alterado, embora consciente. Muitos estudantes perguntavam se havia mesmo a necessidade de o vigilante ter efetuado o disparo. Outros concordavam com o que tinha acontecido, apesar do risco.Um universitário que pediu para não ser identificado relatou à reportagem que Felipe já estava causando tumulto desde cedo, pelo setor Básico.
“Os vigilantes já o acompanhavam”, ressaltou o estudante.Um colega de sala de Felipe, apresentado apenas por Marvin, apontou que eles ingressaram na UFPA em 2013. “Nunca tivemos nenhum tipo de problema com ele”.A Universidade Federal do Pará não informou se irá abrir algum processo administrativo para investigar e apurar a conduta do vigilante.A PM informou que o militar Felipe Pinheiro das Neves está licenciado de suas atividades funcionais por conta de tratamento de saúde. Comunicou que o militar foi conduzido para um hospital particular e que não corre risco de morte.
Para entender
O crime será investigado pela Divisão de Homicídios, que já recebeu informações sobre um dos suspeitos.
A PM informou que a Corregedoria vai investigar a morte do policial em parceria com a Polícia Civil.
Dos PMs mortos este ano (14, no total), três estavam em serviço e dois foram em acidente de trânsito. O restante estava de folga ou já fazia parte do quadro de reserva, caso do soldado Marcivaldo Vieira
(Denilson D'Almeida/Diário do pará)
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