A situação favorece aparecimento de doenças infecciosas. É preciso investir na infraestrutura de ruas e na conscientização ambiental das pessoas, diz educador.
O despejo de lixo de forma irregular tem transformando o cenário de locais públicos em vários pontos de Santarém, no oeste do Pará. Em toda a cidade, foram identificados 42 “lixões” clandestinos, conforme mostrou o Bom Dia Santarém desta sexta-feira (20).
A situação de lixões clandestinos favorece aparecimento de doenças infecciosas, acumulam água e são propícios para a reprodução de insetos, como por exemplo o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, zika e chikungunya.
Outra preocupação é com a doença causada pelo rato. “A gente se preocupa mais com a leptospirose, que é transmitida por rato, pela urina do rato ou vezes a pessoa ao manipular o lixo sem luva, sem proteção”, diz o infectologista, João Guilherme Pontes.
A reportagem flagrou lixões clandestinos nos bairros Aeroporto Velho, Aparecida, Diamantino, Floresta. Como se não bastasse a quantidade de lixo, tem morador que ainda ateia fogo nos resíduos. A fumaça é outro fator que incomoda.
Foi constato carcaças de caixas, sacolas, garrafas, entulhos, galhos de árvores, móveis e ainda restos de alimentos, provocando mal cheiro e atraindo roedores e urubus. Todo o lixo é jogado em terrenos baldios, abertos, onde também existe muito mato.
Para dar fim ao comportamento e o hábito da população em despejar lixo de forma irregular, é preciso investir na infraestrutura de ruas para assegurar a passagem de carros coletores e também a conscientização ambiental, a principal delas.
Segundo o educador ambiental, Tarcísio Maia, além da infraestrutura, faltam lixeiras pela cidade. “A grande maioria das nossas ruas não estão preparadas com serviço de esgotamento, além de materiais de coleta de lixo, as lixeiras”, afirma.
O problema de educação também é outro fator que preocupa, segundo o educador. “O cidadão consciente do seu papel, ele não vai descartar um produto, jogando no meio da via. Ele vai procurar um local correto de descarte daquele produto”, reforça, Maia.
Eco Pontos
Para tentar reduzir ou mesmo acabar com os “lixões” clandestinos, serão criados Eco Pontos de coleta de materiais em Santarém. A iniciativa é da Secretaria de Meio Ambiente. A ideia é receber resíduos seletivos nos bairros.
Aterro sanitário
Santarém possui apenas um aterro sanitário legalizado, localizado na comunidade Perema, há 14 km da zona urbana. Caminhões fazem a coleta nos bairros toda semana e levam até o destino final. O despejo irregular de lixo dificulta a coleta.
Código de Postura
A Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) declarou que o art. 48 do Código de Postura, dispõe que no interesse da preservação da higiene dos logradouros e vias públicas é proibido:
Lançar neles o resultado de varreduras, poeira de tapetes e outros resíduos, inclusive graxosos, terras excedentes, entulhos ou quaisquer objetos de que se queira descartar.
Impedir ou dificultar a passagem de águas, servidas ou não, pelos canos, valas, sarjetas ou canais, danificando-os ou obstruindo-os;
Arremeter substâncias líquidas ou sólidas, através de janela, portas e aberturas similares, ou do interior de veículos.
A Seminfra reforça que nesses casos, a pessoa pode pagar multa de 240 unidades fiscais. Atualmente, a unidade fiscal no município equivale a R$ 2,50. Portanto, as 240 unidades fiscais vão totalizar R$ 600.
A Seminfra declarou ainda que desenvolve o projeto Cidade Limpa, onde faz a coleta de lixo e entulho nos bairros. Para isso, casa associação de moradores deve solicitar a coleta. Os serviços são por agendamento, disse a Secretaria.
Seminfra
A sede da Seminfra fica na avenida Barão do Rio Branco, s/n, bairro Aeroporto Velho, perto do Parque da Cidade. O telefone é o (93) 3523 2726
G1 Santarém.
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