ACIDENTE
A criança teve os cabelos enrolados no eixo de uma embarcação durante viagem; Ela foi transferida para Belém.
Uma menina de 7 anos foi vítima de escalpelamento e teve 100% do couro cabeludo arrancado em Oriximiná, no oeste do Pará. O acidente aconteceu dentro de uma embarcação da família que estava com o eixo do motor exposto, na manhã de segunda-feira (23). A família da menina fazia uma viagem da comunidade Acari, a 55 km do centro município, para a cidade, e o acidente aconteceu a 3 km do destino final.
Katleia Melo de Andrade estava tomando banho com a mãe e irmãos na parte de trás da embarcação (popa) quando foi falar com o pai na parte da frente do barco. O carpinteiro Josenildo Andrade havia tirado as tábuas de proteção do eixo para retirar o excesso de água de dentro do barco.
Ao voltar para a popa, a menina teve os cabelos puxados pelo eixo. “Eu estava tirando a água e eu não vi ela passar. Foi muito rápido”, contou o pai. Após ouvir os gritos de socorro da filha e para a menina não bater o crânio na peça do motor, o Josenildo segurou nas pernas de Katleia e fez força no sentido contrário, soltando-a.
Para que a filha fosse atendida o quanto antes, Josenildo chegou a Oriximiná e levou a criança até o Hospital Municipal. Porém, como o caso era grave, a menina precisou ser transferida para Santarém. A viagem foi feita de barco entre as duas cidades, com tempo média de 12h.
Na manhã desta terça-feira (24) Katleia chegou a Santarém e foi levada para a Casa de Apoio antes de seguir em uma ambulância do Samu até o Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo. A equipe de socorristas que a atendeu constatou que a paciente tinha perdido todo o couro cabeludo.
Escalpelamento
O escalpelamento é um acidente mais comum no Norte, sendo provocado pelo eixo do motor das pequenas embarcações. Por conta da falta de proteção, as vítimas, em sua maioria mulheres, ao se aproximarem do motor, têm os cabelos puxados.
A forte rotação enrola os cabelos em torno do eixo e chega a arrancar parte ou totalmente o coro cabeludo. Em alguns casos, as vítimas sofrem danos graves e chegam a perder as orelhas e a pele do rosto, causando deformações e até a morte.
“Esse acidente deixa sequelas muito graves nas vítimas. Desde 2009 é obrigatória a proteção do eixo e partes móveis de motores em embarcações. Na região, a Marinha faz a instalação gratuitamente. A população deve se proteger, sendo que as crianças são principais vítimas”, disse o comandante da Capitania Fluvial de Santarém, capitão de fragata Fábio Benincasa.
Transaferencia para Belém
De acordo com o coordenador de regulação do Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS), Rodrigo Lima, onde a paciente estava internada, desde que receberam a menina as equipes se mobilizaram para transferi-la para a capital do estado. O hospital não mediu esforço para agilizar os procedimentos, que foram iniciados ainda em Oriximiná e repassados à Santarém assim que a menina deu entrada na unidade hospitalar.
O pedido foi feita à Santa Casa em caráter de urgência, via telefone, pela Central de Regulação do HMS. Foi reservado um leito para receber a Katleia e UTI aérea foi autorizada a fazer o voo no fim da tarde desta quarta-feira.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou que a paciente será encaminhada para a Fundacão Santa Casa de Misericórdia do Pará em Belém, onde já há leito disponível.
Quadro clínico
Por se tratar de um quadro grave e para garantir total segurança na transferência, a paciente recebeu acompanhamento médico e ficou internada na pediatria da unidade hospitalar.
De acordo com a assessoria do Hospital Municipal, Katleia passou por procedimento cirúrgico e ficou constatado que ela perdeu todo o couro cabeludo no acidente. A menina ficou em observação e o quadro clínico, principalmente para a viagem, era estável.
Fonte: G1 Santarém
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