Como a área é considerada “vermelha” ninguém quis ajudar fornecendo pistas que pudessem levar ao autor dos 2 tiros pelas costas que mataram Jackson Fábio Barros da Silva, de 28 anos. Ele morreu dentro de uma igreja evangélica na rua Vitoria, invasão Nova Vida, bairro das Águas Lindas em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, na noite de sábado (30).
O trabalho de investigação começou a ser inviabilizado desde a chegada de policiais militares do 6º BPM, acionados pelo Centro Integrado de Operações. Fiéis da igreja tentaram a todo custo evitar que qualquer informação pudesse ser repassada aos policiais, que apenas resguardaram a área onde a vítima caiu morta até a chegada de policiais civis da Divisão de Homicídios (DH) e peritos do Instituto de Criminalística.
O DIÁRIO apurou que era dia de culto e o movimento em frente à igreja era normal quando, de repente, se ouviu sons de tiros e, na sequência, um homem entrou correndo na igreja. Ele caiu entre os bancos de madeira e morreu em seguida.
O ambiente que deveria ser de paz e tranquilidade acabou se transformando em local tenso. Alguns frequentadores da igreja tentaram impedir o trabalho de jornalistas e, inclusive, cobriram parte da fachada da igreja com um lençol.
Uma testemunha que, com medo de retaliações, pediu para não ser identificada, contou que Jackson estava na rua Vitória quando um rapaz chegou e passou a atirar. “Quando ele ouviu o primeiro tiro saiu correndo e foi perseguido. Foi baleado novamente e, como a igreja estava aberta, ele entrou correndo”, disse a testemunha.
O atirador misterioso, do mesmo jeito que chegou à passagem Vitória, fugiu sem deixar pistas. Os policiais militares ainda fizeram buscas mas não o encontraram.
Até os peritos do Instituto de Criminalística encontraram reação por parte de alguns fiéis da igreja, comandados por um homem que se dizia pastor. As hostilidades contra jornalistas se viraram contra os peritos na tentativa de esconder o local onde Jackson caiu morto. O procedimento é normal no trabalho da perícia criminal, quando se trata de crimes dentro de prédios e residências.
A remoção do corpo foi cercada de muita expectativa. A vítima não tinha parentes no local. Policiais da Divisão de Homicídios, coordenados pelo delegado Eduardo Rollo, fizeram anotações importantes, que devem ser repassadas à Delegacia do Julia Seffer, para que o crime seja investigado.
(J.R Avelar/Diário do Pará)
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