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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

'Tropa de elite' do Pará está em crise, afirma promotor militar

 Divulgação

A 2ª Promotoria de Justiça Militar ao Comando Geral da Polícia Militar deverá fazer recomendações ao Comando Geral da Polícia Militar para que forneça ao Comando de Operações Especiais (COE) mais equipamentos e que aumente o efetivo da unidade, que hoje conta com menos de 50 homens, quando o necessário seria de, pelo menos, 100.

O MP quer ainda a criação de unidades do COE no interior do Estado. Caso o comando da PM ignore a recomendação a promotoria pode entrar na Justiça com uma ação civil pública com obrigação de fazer.

Após uma operação do COE que resultou na morte de um sargento e baleamento de um cabo no último sábado em Curuçá, e também do aumento dos assaltos a bancos no interior do Estado, o promotor Armando Brasil recebeu denúncias dos próprios militares do comando dando conta da falta de estrutura no comando, que foi constatada “in locu” anteontem.

Brasil fez, na manhã de anteontem, uma visita de inspeção extraordinária ao COE para colher informações acerca das condições dos equipamentos da unidade, bem como do quantitativo do efetivo para subsidiar a recomendação. “A unidade está totalmente desaparelhada e não está preparada para missões de alto risco, que é a sua principal missão”, dispara o promotor.

Segundo ele, o principal problema é a falta de efetivo. “Hoje os assaltos no interior aumentaram muito e quando eles ocorrem parte dos policiais do COE é obrigada a se deslocar de Belém para o local da ocorrência. Geralmente vão três ou quatro, número insuficiente para o enfrentamento dessas quadrilhas especializadas que vêm atuando aqui no Pará”, coloca.

“O Ministério Público está preocupado com a questão da segurança pública e o aumento dos assaltos a bancos na modalidade ‘vapor’ ou ‘novo cangaço”, frisou o promotor. Essa modalidade de assalto a banco ocorre quando bandidos fortemente armados rendem todas as pessoas na agência e após roubarem o dinheiro fogem do local com rapidez, escapando antes das forças policiais chegarem ao local.

"TROPA DE ELITE" DO PARÁ NÃO TEM SEGURANÇA, DIZ PROMOTOR

Com os ataques no interior, o comando fica desfalcado na capital e os policiais deslocados ficam sobrecarregados e desgastados. “Por essa razão um dos pontos da recomendação será a criação de unidades do COE nos municípios polo para um tempo resposta mais eficiente nessas ocorrências”, diz Armando.

O promotor também incluiu no documento que será enviado ao comando da PM a aquisição de uma série de equipamentos que, segundo constatou na vistoria, estão sucateados ou em falta, como óculos de visão noturna, rádio com “frequência de sussurro” importantes para o sucesso das operações; além de mochilas de acampamento para selva e fuzis de alta precisão (calibre 762 mm).

Armando Brasil lembra que o COE é uma tropa de Elite que pode ser comparada ao Bope do Rio de Janeiro e que precisa de todas as condições para atuar no combate ao crime. “Se a tropa mais preparada, de elite, não tem segurança, como ela poderá dar segurança ao cidadão?”, questiona.

O DIÁRIO encaminhou questionamentos sobre a questão para as Assessorias de Comunicação da Polícia Militar e de Segurança Pública do Estado. Apenas a PM encaminhou resposta, afirmando que “A Polícia Militar não foi notificada oficialmente sobre a suposta recomendação do promotor Armando Brasil”.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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