Protestos organizados por ativistas marcaram a abertura da audiência pública sobre irregularidades e possíveis impactos da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, na tarde desta sexta-feira, 29, no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES). A audiência iniciou às 14h, sob vaias e gritos de ordem dos ativistas.
O evento aconteceu sob responsabilidade do Ministério Público Federal (MPF). Promotores pesquisadores e representantes do MPF e de comunidades indígenas e ribeirinhas compuseram a mesa de debate.
Participaram do encontro representantes da sociedade de Santarém e região, movimentos sociais, organizações indígenas e de povos tradicionais, universitários, associações de classe, associações comunitárias, dentre outros.
Também participam da audiência representantes do Ministério de Minas e Energia (MME), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Centrais Elétricas do Brasil (Eletrobrás), das prefeituras de Santarém, Belterra, Aveiro e Itaituba, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Poder Legislativo (federal, estadual e municipais) e do Poder Judiciário federal (Santarém e Itaituba), além da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subseção de Santarém.
Uma faixa afixada atrás da mesa de debates expressa a seguinte frase: “Demarcação sim, hidrelétricas não!”. Em meio à superlotação do auditório da ACES, ativistas gritavam palavras de ordem, como: “Audiência falsa”.
Em tentativa de acalmar os ânimos dos ativistas, o procurador federal Luís de Camões Lima Boaventura pediu ordem no auditório, porém, os ativistas gritavam palavras de ordem, como: “Cala a boca, cala a boca”. Minutos depois, a audiência iniciou.
Para o coordenador da Frente em Defesa da Amazônia (FDA), padre Edilberto Sena, a manifestação deu a entender que foi feita por pessoas com a intenção de boicotar a audiência pública. “A manifestação deu a entender que foi gente que foi mandada para boicotar o debate. São pessoas que não pensam direito e não tem consciência dos impactos que essa hidrelétrica irá causar”, censurou o religioso.
Sobre a construção do empreendimento, padre Edilberto argumento que a audiência não pode ser considerada uma vitória dos povos da região. “Ainda não digo que a audiência é uma vitória do povo do Tapajós. Mas, é o momento para irmos à luta em busca da vitória. Agora, a informação é o primeiro passo para as autoridades darem conta de que essa desgraça de hidrelétrica não vai servir para os povos da região e ainda vai destruir o meio ambiente”, comentou o padre.
O presidente da OAB/ Santarém, Dr. Ubirajara Bentes Filho, entendeu que a manifestação foi um marco da resistência contra a construção da hidrelétrica no rio Tapajós. “A manifestação foi algo natural dos povos que serão impactados com a construção da hidrelétrica. Sendo um marco da resistência contra a construção dessa usina em São Luiz do Tapajós”, ressaltou Dr. Ubirajara Bentes Filho.
Fonte: RG 15/O Impacto
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