A babá Elineuza Coelho, de 30 anos, recebeu voz de prisão, na manhã de ontem, na casa onde trabalha, depois de ser denunciada pelos pais de uma criança autista de cinco anos. Elineuza Coelho é suspeita de agredir o menino no interior da academia onde a criança faz natação. Os pais denunciaram os maus tratos à polícia e a babá foi autuada em flagrante pelo crime de tortura. Elineuza nega a violência. Ela diz que é mãe de três filhos e que jamais praticaria agressão contra qualquer criança.
Elineuza estava trabalhando na casa da família há três meses. O pai da criança, que é empresário e pediu para não ser identificado, disse que a babá estava em fase de experiência e nesse período percebeu uma mudança no comportamento do filho, uma vez que ele passou a ser agressivo. “Ele não fala, mas o comportamento dele estava diferente. Estava mais inquieto e agressivo, nós já estávamos notando essa mudança”, disse o pai do menino.
Os pais foram descobrir o que estava acontecendo na madrugada de ontem, quando a mãe do menino começou a receber várias mensagens por meio do telefone celular. Mães de outras crianças que frequentam a mesma academia do garoto, no bairro de Nazaré, informaram que na tarde de anteontem o menino estava sendo maltratado pela babá.
“Nas mensagens, disseram que ela sacudia a cabeça dele, que na hora de tirar a touca de natação ela deu um tapa no meu filho. Quando nós começamos a ler as mensagens, a minha esposa entrou em desespero e começou a chorar, pois naquele momento não podíamos fazer nada”, disse o empresário. Na manhã de ontem, Elineuza foi trabalhar normalmente e os patrões fingiram que nada sabiam a respeito das agressões.
“Eu conversei muito com a minha esposa e disse que precisaríamos ser frios nesse momento, para poder agir de acordo com a lei. Eu vim na Seccional e fiz a denúncia. Com isso, a delegada autorizou que uma viatura fosse até a minha casa para efetuar a prisão”, completou o pai da criança agredida.
Elineuza foi apresentada na Seccional do Comércio, onde a delegada Rosemary Gouveia fez o procedimento de flagrante pelo crime de tortura. Além do depoimento de Elineuza, a delegada estava aguardando duas testemunhas que teriam presenciado a violência. Até no início da tarde de ontem, uma testemunha havia comparecido na unidade policial e relatou à polícia o que presenciou na academia. Quando a equipe de reportagem saiu da Seccional do Comércio, ainda não havia terminado o depoimento da testemunha.
DEFESA
A babá disse à reportagem que não sabe o motivo de estar sendo acusada pelos pais da criança, pois jamais agiu com violência contra o garoto. “Eu tenho consciência que ele é autista, que tem problemas. Eu nunca bati nele, eu tenho três filhos pequenos e não faria isso contra uma criança”, se defendeu a cuidadora. Elineuza chegou a reclamar do acúmulo de trabalho. Ela disse que além de cuidar da criança ainda tinha que fazer os serviços domésticos. Quanto a isso, o patrão nega. Ele disse que além dela tinha outra babá para cuidar da filha de um ano. “Ela estava em fase de experiência e depois que completasse os três meses nós iríamos analisar se iríamos assinar a carteira de trabalho”, completou o pai do garoto agredido.
O liberal
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